Enquanto os brasileiros festejam o Carnaval, os chineses celebram o Ano Novo Lunar em 10 de fevereiro. As cerimônias na China duram tradicionalmente 16 dias, desde a véspera do Ano Novo Chinês até o Festival das Lanternas, e marcam a chegada de um novo ciclo para uma população de 1,4 bilhão de pessoas.

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Nesse período, deverá acontecer a maior migração populacional com expectativa de 9 bilhões de viagens, de acordo com o ministério dos transportes do país. Segundo as autoridades locais, o número recorde de deslocamentos pode ser considerado uma boa notícia depois de anos com menos viagens por conta da pandemia. A estimativa é que as comemorações movimentem cerca de US$ 150 bilhões.

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Apesar de a população se sentir mais à vontade para voltar a circular, e consequentemente movimentar a economia, a China ainda enfrenta dificuldades para retomar o ritmo de crescimento. Em janeiro, o FMI(Fundo Monetário Internacional) divulgou um relatório projetando um PIB(Produto Interno Bruto) 4,6% maior este ano – uma queda ante os de 5,2% de 2023, que já foi um dos desempenhos mais fracos da China em décadas. O FMI prevê anos difíceis pela frente, com cerca de 3,5% de alta em 2028.

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A segunda maior economia do mundo enfrenta uma série de desafios, desde o rápido envelhecimento da população, passando pelo aumento do desemprego e a crise imobiliária. Os problemas no mercado imobiliário, que historicamente representa cerca de um quarto do PIB da China, se intensificaram após o governo lançar uma série de restrições aos empréstimos de construtoras. Algumas empresas relevantes do setor ajudam a ilustrar a situação: a Country Garden, companhia que já foi a maior construtora da China, está lutando para sobreviver. Enquanto isso, a incorporadora Evergrande, atolada em dívidas de mais de US$ 300 bilhões, teve sua falência declarada recentemente.

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Na esteira dos desafios chineses, a economia global liga o sinal de alerta para acompanhar as próximas cenas e as ações do governo para tentar contornar a situação. Enquanto isso, o relatório do FMI aponta que “a perspectiva global enfrenta pressões por conta do agravamento da crise imobiliária da China, das posições políticas rígidas em todo o mundo, das consequências da guerra da Rússia e Ucrânia, do conflito mais recente em Israel e da crescente fragmentação geoeconômica”. Todas essas situações podem fazer investidores buscarem novos mercados e as variáveis colaboram para a falta de estabilidade --  a oscilação do câmbio é uma consequência.

Relação Brasil x China

A exportação brasileira para a China teve resultado recorde no ano passado e o superávit do comércio bilateral com o país asiático alcançou US$ 51,1 bilhões. O valor foi equivalente a mais da metade do saldo comercial total brasileiro em 2023, que alcançou também a marca histórica de US$ 98,8 bilhões. Em 2024, o cenário esperado é de desaceleração do país asiático, que enfrenta problemas locais. Mesmo assim, a China deve se manter como grande parceira comercial do Brasil e seguir em patamar relevante. Para se ter uma ideia, o resultado do comércio sino-brasileiro no ano passado superou de longe o saldo de US$ 28,68 bilhões em 2022.

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A agenda com os chineses segue repleta. O ano de 2024 será marcado por duas datas simbólicas relacionadas a Brasil e China, maior parceiro comercial do país: os 50 anos de relações diplomáticas entre as duas nações e os 20 anos da criação, pelo presidente Luiz Inácio da Silva, da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação – COSBAN. Soma-se a isso a expectativa de que o presidente chinês, Xi Jinping, visite o Brasil, atendendo a um convite do líder brasileiro.

Confira 6 curiosidades sobre o Ano Novo Chinês

1- O Ano Novo Chinês muda todos os anos conforme o calendário lunar. Ele dura uma semana, mas durante todo o mês do feriado há comemorações. É importante que importadores e exportadores se atentem para o período de pausa ou desaceleração nas negociações e planejem os prazos.

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2- Cada ano é representado por um dos 12 animais do zodíaco chinês e cada um deles possui características específicas. Em 2024, comemora-se o ano do Dragão, animal considerado poderoso e auspicioso na mitologia chinesa, representando coragem, criatividade, inovação, força, sabedoria, sorte e prosperidade.

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3-Apesar de se chamar Ano Novo, a celebração se parece com o nosso Natal. Os chineses costumam celebrar com grandes ceias e entre família. Também há celebrações com fogos e luzes.

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4-Essa é a maior movimentação de pessoas do mundo, uma vez que a China possui 1,4 bilhão de habitantes. Grande parte dos chineses migra para suas casas para passar o feriado em família.

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5- No Ano Novo, os chineses se presenteiam comum envelope vermelho, o hongbao. O patriarca costuma dar dinheiro aos filhos dentro do envelope. Nas empresas, as bonificações por bom desempenho também são distribuídas nessa época do ano dentro do hongbao.

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6-’Gong Xi Fa Cai’ é o que os chineses costumam desejar durante esse período. A tradução da expressão é ‘eu desejo que você seja rico’.