PUBLICADO EM
26/11/2019
CAUSA: Há tempos alertamos sobre a ausência de apetite dos investidores estrangeiros para o Brasil: o fluxo cambial está bastante negativo, com destaque ao fluxo cambial financeiro, que acumula neste ano uma saída liquida de US$ 37,9 bilhões (até dia 14/nov), e só vimos entrada de capitais em janeiro e fevereiro, quando ainda havia uma aposta de um ano melhor — a tal da esperança.
A meu ver, esse indicador sugere que taxa de câmbio em patamares baixos será difícil de ser alcançada. Ontem, tivemos uma cereja nesse bolo com as declarações do Ministro da Economia, Paulo Guedes, a respeito do nível atual da taxa de câmbio. Segundo Guedes, o nível do câmbio de equilíbrio agora é maior e o governo não percebe uma preocupação nos patamares atuais. Como o “mar político” não está para peixe no Brasil e em toda América Latina, o mercado está testando novos patamares hoje.
Vale a menção de que alguns portos seguros/ bons fundamentos da economia começam a dar sinais de instabilidade. As contas externas, pós-revisões metodológicas, mostraram piora. Assim, talvez o CDS (um indicador de risco), que se mantém baixo, descolando do movimento da taxa de câmbio, possa começar a ajustar para pior, uma vez que os fundamentos antes bem ancorados, mostram também uma leitura menos otimista.
CONSEQUÊNCIA: Embora o BCB tenha dito que não pretendia intervir no mercado de câmbio, a não ser que as expectativas de inflação deteriorassem — e essa intervenção seria via juros —, a forte alta da taxa de câmbio, com a possibilidade real de atingirmos US$/ R$ 4,30, falou mais alto, e o BCB anunciou venda de reserva.
Contudo, não há mágica, meus amigos, há uma necessidade de boas notícias e calmaria no mar político do Brasil, para termos alguma atratividade. Só uma ligeira expectativa de melhor crescimento econômico no curto prazo não será suficiente.
Um mantra: se não há boas-novas, não há fluxo. Se não há fluxo, não há taxa de câmbio baixa.
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Leia maisFernanda Consorte
Economista-chefe
Economia para todos é o lema da Fernanda. Com ampla experiência no mercado financeiro, conhecimento técnico apurado e linguagem simples, a autora contribui para a tomada de decisão de clientes e empresas que necessitem desse suporte.
Veja maisCristiane Quartaroli
Economista
Economista formada pela USP, com mais de 15 anos de experiência nas área de Economia e Finanças, com foco em análise macroeconômica, resultando em amplo conhecimento do mercado bancário.
Veja maisWelber Barral
Estrategista de Comex
Mestre em relações internacionais (USFC), Doutor em direito internacional (USP) e pós-doutor em Direito do comércio internacional (Georgetown University), Barral foi secretário de Comércio Exterior do Brasil de 2007 a 2011. Atualmente é, também, diretor no Departamento de Comércio exterior da FIESP e conselheiro da Câmara de Comércio Americana.
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