PUBLICADO EM
25/2/2021
Segue mais uma divulgação do nosso indicador de rentabilidade das exportações brasileiras. Relembrando que a Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior) divulga um índice que mostra a rentabilidade das exportações brasileiras - IRE. Esse indicador mostra o quão atrativo está o quadro para as exportações de uma forma geral e contribui, por exemplo, para a decisão entre direcionar a produção para o exterior ou para o mercado doméstico, além de auxiliar na decisão de realizar, ou não, investimentos voltados à exportação. Ou seja, quanto maior é o valor do IRE, maior é a rentabilidade. Além disso, também é possível visualizar a evolução da rentabilidade por vários setores.
A partir desse indicador, calculamos um segundo que chamamos de IRO (Índice de Rentabilidade Ourinvest) e que é livre de algumas distorções, facilitando a leitura de oportunidades para nossos clientes do setor exportador. Afinal, nossa pauta exportadora é bastante concentrada em soja e minério de ferro (~30% do total), que podem distorcer o IRE se houver forte movimento desses produtos em detrimento de outros. Assim, o núcleo do Índice de Rentabilidade Ourinvest - IRO - exclui esses segmentos. Vamos ver quais são os principais destaques deste mês?
O Índice de Rentabilidade Ourinvest apresentou um recuo mensal de 6,3% em novembro do ano passado, com queda em praticamente todos os setores mais relevantes. Vale destacar que a evolução nos preços das principais commodities nesse mesmo período explica parte desse resultado mais fraco do IRO em novembro. O índice composto das commodities, calculado pelo Banco Central, vinha subindo de forma mais acentuada desde o início da crise do coronavírus, mas ficou estável no mês em questão. Contudo a rentabilidade na pauta de exportação geral continuou crescendo nos últimos 12 meses, possivelmente, impulsionada pela alta do dólar.
Por outro lado, olhando a rentabilidade de exportações ao longo do ano, ao que tudo indica, a taxa de câmbio depreciada ajudou determinados setores da economia, enquanto outros foram fortemente afetados pela queda da atividade econômica. Nesse sentido, entendemos que a volatilidade cambial, acima da usual por conta da pandemia e do cenário ainda adverso, recomenda o uso de ferramentas para minimizar riscos no setor, como o hedge cambial, por exemplo.
Olhando para os setores, neste mês vamos novamente falar sobre petróleo e gás, por ter sido o setor com queda mais expressiva em novembro e por estar bastante em destaque nas manchetes dos jornais atualmente. Após a forte queda na rentabilidade observada desde o início do ano por conta da pandemia, o setor tinha ensaiado uma recuperação entre os meses de agosto e setembro. Mas, desde outubro, voltou a ter um desempenho ruim, apesar da alta nos preços das commodities de energia naquele mês. A crise mundial provocou queda expressiva no consumo da população e na necessidade das empresas por produtos oriundos da exportação brasileira, principalmente por parte de um dos principais parceiros comerciais do Brasil nesse setor, os EUA. Assim, a rentabilidade não se sustentou ao longo do ano passado.
Além disso, a perspectiva de menor atividade econômica no mundo representou uma redução na demanda por produtos derivados do petróleo, como os combustíveis essenciais ou até mesmo insumo para geração de energia, que sustenta toda a cadeia produtiva. Com a pandemia e a paralisação das indústrias, o setor sofreu bastante.
Por isso, como havíamos previsto no relatório anterior, a segunda onda da Covid em países como Europa, China e EUA prejudicou ainda mais o desempenho desse setor, confirmado pelo comportamento do índice de rentabilidade em novembro. O início da vacinação no mundo e o retorno da atividade econômica de forma mais consistente deveriam contribuir para resultados mais positivos no setor. Contudo o ambiente interno ainda é bastante adverso e as sinalizações políticas mais recentes podem contribuir para que a piora observada em novembro se prolongue no curto prazo.
Há, entretanto, sinais de recuperação de preços para o setor. Afinal, há efeito do rigoroso inverno nos Estados Unidos, que elevou a demanda por aquecimento, gás e petróleo. Da mesma forma, a recuperação econômica deve elevar o consumo em países com vacinação mais avançada, trazendo esse consumo para os níveis de 2019, havendo apostas de mercado para um barril entre US$ 50 e US$ 60 para os próximos doze meses.
Evidentemente, há fatores imponderáveis a afetar essa indústria. O primeiro deles é o ritmo de recuperação da economia mundial, sobretudo, nos maiores centros dinâmicos. O segundo refere-se aos fatores geopolíticos, incluindo um eventual novo acordo entre os Estados Unidos e Irã, que poderia afetar a oferta de petróleo. E, não menos importante, as novas regulações relacionadas às mudanças climáticas, das quais esse setor é um dos alvos inevitáveis.
O setor de petróleo e gás tem uma importância no PIB brasileiro da ordem de quase 3%, sem contar seus efeitos diretos e indiretos em outros setores da cadeia produtiva brasileira. A conjuntura local adversa com um cenário político bastante poluído como, por exemplo, o recente problema de intervenção do governo na Petrobrás, principal empresa do setor e a maior do Brasil, certamente, pesa para a decisão de novos investimentos no País.
A rentabilidade dos setores exportadores brasileiros depende, sim, da taxa de câmbio, que acreditamos que seguirá depreciada, porém, também, de um bom desempenho da imagem do Brasil. Vamos aguardar!
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Economista-chefe
Economia para todos é o lema da Fernanda. Com ampla experiência no mercado financeiro, conhecimento técnico apurado e linguagem simples, a autora contribui para a tomada de decisão de clientes e empresas que necessitem desse suporte.
Veja maisCristiane Quartaroli
Economista
Economista formada pela USP, com mais de 15 anos de experiência nas área de Economia e Finanças, com foco em análise macroeconômica, resultando em amplo conhecimento do mercado bancário.
Veja maisWelber Barral
Estrategista de Comex
Mestre em relações internacionais (USFC), Doutor em direito internacional (USP) e pós-doutor em Direito do comércio internacional (Georgetown University), Barral foi secretário de Comércio Exterior do Brasil de 2007 a 2011. Atualmente é, também, diretor no Departamento de Comércio exterior da FIESP e conselheiro da Câmara de Comércio Americana.
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