Índice de Rentabilidade Ourinvest

Exportações e rentabilidade: petróleo e gás

Chegamos à terceira divulgação do nosso indicador de rentabilidade das exportações brasileiras. Lembramos a todos que a Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior) já divulga um índice que mostra a rentabilidade das exportações brasileiras - IRE. Esse indicador mostra o quão atrativo está o quadro para as exportações de uma forma geral e contribui, por exemplo, para a decisão entre direcionar a produção para o exterior ou para o mercado doméstico, além de auxiliar na decisão de realizar, ou não, investimentos voltados à exportação. Ou seja, quanto maior é o valor do IRE, maior é a rentabilidade. Além disso, também é possível visualizar a evolução da rentabilidade em vários setores.

Índice de rentabilidade das exportações ajustado

A partir desse indicador, calculamos um segundo que chamamos de IRO (Índice de Rentabilidade Ourinvest) e que é livre de algumas distorções, facilitando a leitura de oportunidades para nossos clientes no setor exportador. Afinal, nossa pauta exportadora é bastante concentrada em soja e minério de ferro (~30% do total), que podem distorcer o IRE se houver forte movimento desses produtos em detrimento de outros. Assim, o núcleo do Índice de Rentabilidade Ourinvest - IRO - exclui esses segmentos. Vamos ver quais são os principais destaques deste mês?

O índice de rentabilide ficou praticamente estável em setembro, com um comportamento bastante variado entre os setores. Vale destacar que a evolução nos preços das principais commodities nesse mesmo período explica parte da estabilidade do IRO em setembro. O índice composto das commodities, calculado pelo Banco Central, vinha subindo de forma mais acentuada desde o início da crise do coronavírus, mas também ficou praticamente estável no mês em questão. Nos últimos 12 meses, contudo, a rentabilidade na pauta de exportação geral continuou crescendo, possivelmente impulsionada pela alta do dólar.

Por outro lado, olhando a rentabilidade de exportações ao longo do ano, parece que a taxa de câmbio depreciada pôde ajudar determinados setores da economia, enquanto outros seguem patinando. A volatilidade cambial, acima do usual por conta da pandemia e do cenário ainda adverso, recomenda o uso de ferramentas para minimizar riscos no setor, como o hedge cambial, por exemplo.

Índice de rentabilidade das exportações

Setorial – petróleo e gás

Olhando para os setores, neste mês vamos falar um pouco sobre petróleo e gás. O setor vinha mostrando uma queda na rentabilidade mesmo com a alta nos preços das commodities de energia, mas parecia dar indícios de recuperação até pouco antes da pandemia. Contudo a crise mundial provocou uma queda expressiva no consumo da população e na necessidade das empresas por produtos oriundos da exportação brasileira, principalmente, por parte de um dos principais parceiros comerciais do Brasil nesse setor, os EUA. Assim, a rentabilidade voltou a cair.

Além disso, a queda na atividade econômica representou uma redução na demanda por produtos derivados do petróleo, como os combustíveis essenciais ou até mesmo o insumo para geração de energia, que sustenta toda a atividade produtiva. Com a pandemia e a paralisação das indústrias, o setor sofreu bastante.

Por isso, uma possível segunda onda em países, como Europa, China e EUA pode prejudicar ainda mais o desempenho desse setor. Enquanto estivermos vivendo nesse ambiente tão adverso, é bastante provável que o setor siga apresentando um desempenho ruim.

Análise setorial

A oscilação econômica provocada pela pandemia afetou diretamente os preços internacionais de petróleo em 2020 e os níveis de incerteza deverão prevalecer durante algum período. Ao mesmo tempo, a redução da atividade econômica em todo o mundo causou alterações na demanda por energia e na programação de fornecimento. Outro fator relevante é que os estoques globais de petróleo limitarão a pressão sobre preços quando houver retomada de demanda. Dessa forma, há previsões no mercado de que o barril Brent atinja USD 47 em média no final de 2021 (em comparação com USD 40 como média no final de 2020). Situação um pouco distinta é a do gás (GNL) em que há indicação de crescimento mais rápido de demanda, com redução de produção em algumas regiões dos EUA, elevando os preços em 2021 em mais de 30% sobre o valor médio de 2020.

Conclusão

A taxa de câmbio brasileira desvalorizou 40% de janeiro a setembro (saindo de US$/R$ 4,0 para US$/R$ 5,6), contudo a rentabilidade das exportações não seguiu esse desempenho, mesmo com a ajuda do aumento dos preços das commodities. Basicamente, porque aqui vale a máxima: não adianta aumentar o preço se não há demanda.

O setor de óleo e gás é um exemplo disso com a queda da demanda do seu principal comprador, os EUA.

Enquanto as condições globais estiverem negativamente afetadas pela crise provocada pelo coronavírus, a rentabilidade das exportações será limitada.

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Economista formada pela USP, com mais de 15 anos de experiência nas área de Economia e Finanças, com foco em análise macroeconômica, resultando em amplo conhecimento do mercado bancário.

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Estrategista de Comex

Mestre em relações internacionais (USFC), Doutor em direito internacional (USP) e pós-doutor em Direito do comércio internacional (Georgetown University), Barral foi secretário de Comércio Exterior do Brasil de 2007 a 2011. Atualmente é, também, diretor no Departamento de Comércio exterior da FIESP e conselheiro da Câmara de Comércio Americana.

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