PUBLICADO EM
31/3/2021
A falta de previsibilidade não é nenhuma novidade para os empresários brasileiros. Porém alguns ainda desconhecem ferramentas que podem ajudar a trazer mais estabilidade para os negócios, como o hedge cambial.
O mecanismo, criado para proteger as empresas das flutuações do câmbio, oferece a possibilidade de fixar as cotações futuras e ajuda a reduzir o risco cambial de uma forma eficiente e segura, além de diminuir os custos operacionais.
Na prática, o empresário consegue saber exatamente quanto vai gastar ou quanto vai ganhar em uma operação envolvendo moeda internacional daqui alguns meses ou anos, independentemente do que aconteça com o dólar.
Para te ajudar a entender melhor sobre essa possibilidade, listamos dez mitos e verdades sobre o hedge cambial. Confira a seguir:
Não há valores mínimos ou máximos para operações de hedge cambial. Cada transação é feita de forma personalizada. Bruno Foresti, superintendente de Câmbio do Banco Ourinvest, diz que não existe um padrão pronto. “Nós ajudamos o cliente a decidir quanto do montante ele quer proteger e encontramos a melhor opção para cada tipo de negócio. A ideia é que o cliente possa focar na essência de sua operação, em vender seus produtos, e nós cuidamos da taxa cambial”, diz.
As operações de hedge cambial podem ser contratadas por empresas de qualquer área de atuação ou por pessoas físicas. Por exemplo, pais que mantém filhos no exterior e precisam pagar a mensalidade do colégio ou da faculdade. “Uma mensalidade de US$ 10 mil por ano pode custar R$ 40 mil ou R$ 60 mil, não há como prever qual será a cotação do dólar no momento do pagamento. Por isso, esse cliente pode contratar um hedge, fazer uma trava, e saber exatamente quanto vai desembolsar com a educação do filho. É possível ter previsibilidade”, diz Erez Chalom, head de Pessoa Física do Banco Ourinvest.
Há três tipos de transações de hedge cambial:
O mecanismo é realizado por agentes financeiros autorizados por reguladores (como o Banco Central e a Anbima), como o Banco Ourinvest, e requer pessoal capacitado para compreender as particularidades de cada negócio, com o objetivo de garantir a aplicação mais vantajosa para o cliente.
Assim como o valor da operação pode ser personalizado de acordo com a necessidade do cliente, o prazo também pode ser negociado. Além disso, durante o prazo determinado pelo contrato, o cliente pode fazer revisões de prazo e realizar novas travas.
A contratação da ferramenta é um processo opcional, mas as vantagens acabam atraindo a atenção das empresas e cada vez mais companhias estão apostando na previsibilidade da ferramenta.
Como grande exportador e importante componente do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, o setor de agronegócio realiza muitas operações internacionais e lida com inúmeras variáveis, como o clima e a qualidade da safra, por exemplo. Por isso, controlar a variação cambial é ainda mais importante para assegurar suas margens e o setor já percebeu a importância do hedge cambial. Porém é importante destacar que a ferramenta está cada vez mais disseminada entre os diversos setores, independentemente do porte e da origem da empresa para realizar seu papel de trava.
O valor do hedge cambial está atrelado a fatores como o dólar no momento do fechamento e à taxa de juros atual do país. É verdade que quanto menor a taxa de juros, menor o custo do hedge, mas esse é o único fator que entra na conta. O ideal é que a trava de câmbio seja realizada com base em variáveis, como volume de vendas, prazo, custos fixos da operação e lucratividade desejada.
A lógica da ferramenta pode ser replicada para qualquer moeda. O Banco Ourinvest possui um dos portfólios mais amplos do mercado e está apto para realizar transações em diferentes moedas. Geralmente, as operações são convertidas para dólar ou euro, mas o cliente pode escolher fixar a taxa na moeda desejada.
Segundo Eliaber Freitas, especialista de hedge no Banco Ourinvest, além de proteger o patrimônio das companhias e trazer previsibilidade às margens de lucro, o hedge deve ser usado em sincronia com o fluxo operacional das empresas. “Em momentos de volatilidade, um importador pode contratar a ferramenta e ganhar flexibilidade de fluxo de caixa, por exemplo”, diz. “Um importador que fez a trava no primeiro dia de janeiro já pegou um dólar bem mais baixo e conseguiu proteger sua margem”, conclui.
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Economista-chefe
Economia para todos é o lema da Fernanda. Com ampla experiência no mercado financeiro, conhecimento técnico apurado e linguagem simples, a autora contribui para a tomada de decisão de clientes e empresas que necessitem desse suporte.
Veja maisCristiane Quartaroli
Economista
Economista formada pela USP, com mais de 15 anos de experiência nas área de Economia e Finanças, com foco em análise macroeconômica, resultando em amplo conhecimento do mercado bancário.
Veja maisWelber Barral
Estrategista de Comex
Mestre em relações internacionais (USFC), Doutor em direito internacional (USP) e pós-doutor em Direito do comércio internacional (Georgetown University), Barral foi secretário de Comércio Exterior do Brasil de 2007 a 2011. Atualmente é, também, diretor no Departamento de Comércio exterior da FIESP e conselheiro da Câmara de Comércio Americana.
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